NOTA DE POSICIONAMENTO
O Instituto GUETTO manifesta seu profundo pesar e indignação diante da escalada da violência que atinge a cidade do Rio de Janeiro desde ontem, 28 de outubro de 2025.
Equipe Instituo GUETTO, 29 de Outubro de 2025
As megaoperações policiais nos Complexos do Alemão e da Penha resultaram em dezenas de mortes e paralisaram escolas, universidades e unidades técnicas — um retrato da guerra cotidiana que atravessa a vida de quem mora e aprende nas periferias. A violência também atingiu o mundo do trabalho: muitos trabalhadores ficaram vulneráveis e perderam seu dia de serviço, revelando a precariedade e a falta de proteção que marcam a vida de quem trabalha no Rio de Janeiro, sobretudo dos moradores de favelas.
Segundo dados do Censo 2022, 73% dos moradores de favelas são pessoas pretas ou pardas, em contraste com 57% entre os que vivem fora delas. Esses números escancaram a face racial da desigualdade urbana brasileira: são as populações negras e periféricas que mais sofrem com a violência, a falta de acesso a serviços públicos e a insegurança cotidiana.
O que acontece no Rio não é um fato isolado: é parte de um ciclo de violências que se repete nas favelas e periferias, onde a ausência do Estado em políticas de educação, cultura, esporte e cuidado é substituída pela presença armada.
De acordo com o Boletim “Escola que Protege” (MEC/MDHC/UNESCO, 2024), o estado do Rio de Janeiro lidera o número de escolas que tiveram o calendário interrompido por tiroteios e balas perdidas. Cada bala que atravessa o território interrompe também trajetórias escolares, sonhos e o direito de aprender em segurança.
Como organização que atua pela equidade étnico-racial e pelo direito à educação, reafirmamos: nenhuma política de segurança pode ser construída à custa de vidas negras e periféricas, nem ao preço do medo que fecha escolas e paralisa comunidades.
Defendemos a vida e o território como espaços de aprendizagem, memória e futuro, porque educar é proteger, e proteger é garantir que viver e aprender não sejam privilégios, mas direitos estabelecidos.
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